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Cultura, comportamento, noite e gente em São Paulo

Por uma vida mais colaborativa

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Por Sonia Racy
Atualização:
  

André Carvalhal conseguiu o objetivo de muitos: trocar o estilo de vida por algo mais sustentável e com qualidade. Carvalhal foi gerente de marketing da marca carioca Farm e hoje aposta em um coworking - espaço colaborativo -de moda, a Malha. O empreendedor conta essa transição e questiona temas como consumismo, sustentabilidade, cuidado com o meio ambiente,apropriação cultural no mundo da moda no livro Moda com Propósito. O lançamento é acontece quinta (8) na Livraria Cultura do Shopping Iguatemi. Abaixo, a entrevista do autor à coluna.

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O que é mundo com propósito? É um mundo no qual todos compreendem que estão interligados. Que não existe separação entre homem e natureza. e todos tem um dom, uma vocação, que atende uma necessidade no mundo. E o mesmo vale para as marcas. Elas também têm um papel na cocriação do mundo.

Vemos, todos os dias nas redes sociais, conceitos sobre uma vida mais humana sendo compartilhados: economia criativa, consumo consciente, impactos sociais, união de comunidades. Mas, como colocar isso em prática? Não é complicado... nossos antepassados faziam isso. Nas comunidade, locais mais carentes de recurso, as pessoas fazem isso o tempo todo. Elas trocam, pegam emprestado, se juntam, constroem coisas juntos... mas para que todos possam começar a fazer isso, é preciso mudar a cultura do TER para a do SER.

Ao mesmo tempo que essas iniciativas ganham espaço, existe ainda resistência. Como vê as últimas movimentações políticas como a eleição de Donald Trump. Como isso nos afeta simbolicamente? A resistência vem do fato de que as pessoas sempre estarão separadas por níveis de consciência. A eleição do Trump - que desafia e vai contra todos os padrões de uma nova era, mais consciente e colaborativa - mostra que infelizmente a grande maioria, por falta de acesso, educação, condição... parece estar ainda no velho mundo. Mas por outro lado, a própria politica tem nos mostrado que basta uma pessoa, para tomar decisões mais alinhadas com os desejos dos que estão um pouco mais a frente nessa transição... o Moro é uma dessas pessoas. simbolicamente isso me diz que não importa o todo, importa a consciência individual.

Acredita que o brasileiro pode ser cada vez mais colaborativo? Acredito que sim, pois somos criativos, solidários, próximos... já fazemos muito disso sem nos dar conta.

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Como nasceu a Malha? Nasceu de um encontro que vários profissionais da industria da moda que estavam cansados ou desacreditados do modelo vigente... a sensação é a que roupa não cabe mais... que estamos criando, produzindo, comercializando, comunicando, como fazíamos há muito tempo atrás... a malha surge então como esse lugar de moda colaborativa, que junta todas as pontas da cadeira da moda, para encontrar novos formatos, novas soluções...

Como foi a "grande virada" na sua vida? Comecei a perder o gosto pela moda... fui investigar dentro de mim o porque.. e quanto mais eu mergulhei mais eu entendi que minhas atitudes não estavam condizentes com o mundo... no processo de pesquisa e entrevista para o livro eu entrei em contato com muitas pessoas que já estavam vendo a moda como veiculo de transformação, com projetos e histórias que me tocaram muito... então eu tive que mudar primeiro para depois mudar fora./ MARILIA NEUSTEIN

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