A resposta não é tão simples. O Corinthians afirma que as bilheterias centrais são de uso exclusivo da BWA, empresa que pagou a reforma da fachada do estádio. O clube rompeu com a BWA em 2009. No ano seguinte, trabalhou com três empresas diferentes para vender seus ingressos, mas deixou de operar dessa forma no início deste ano. Hoje, o Corinthians passou a comercializar as entradas por conta própria. Por isso, não tem mais direito a utilizar as bilheterias novas. Um dos motivos do rompimento com as empresas foi que elas queriam cobrar pelo serviço de acordo com a receita de bilheteria. "O Corinthians não concorda com esse formato, e procuramos outras alternativas", afirma Guilherme Prado, assessor de imprensa. A única empresa com a qual o Corinthiansainda tem contrato é a Omni, que promove apenas a venda online de ingressos para cadastrados no programa Fiel Torcedor. "A tecnologia é da Omni, mas a venda é toda do Corinthians", diz Lucio Blanco, gerente de arrecadaçao do clube. Só que o corintiano que compra seu ingresso nesse programa não se utiliza das bilheterias. "O cliente Fiel Torcedor compra a entrada pela internet e, no Pacaembu, é identificado na catraca com seu cartão", explica Branco. "Não precisa retirar ingresso".
A BWA confirma que pagou a reforma da fachada do estádio, mas nega que tenha exclusividade sobre as novas bilheterias, como diz o Corinthians. "Qualquer empresa que tenha contrato com os clubes pode utilizar", afirma Gloriete Treviso, assessora de imprensa da BWA. A empresa, que não divulga o valor da reforma doada para o estádio, vende ingressos exclusivamente para jogos do Santos. As entradas para jogos de outras agremiações no Pacaembu são vendidas pela Outplan e pela Omni.
A necessidade de utilizar somente as bilheterias laterais tem gerado um certo incômodo para os torcedores no Pacaembu. O assessor do Corinthians reconhece que "as laterais do estádio possuem uma área de circulação muito estreita, concentrando um grande número de pessoas com interesses distintos: circulação, compra de ingressos e acesso ao estádio". Para driblar o problema, nos dias de jogos, a Praça Charles Miller ganha uma estrutura de metal montada pelo Corinthians. É ainda uma solução provisória.
A Secretaria Municipal de Esportes, que cuida da administração do estádio, nega que haja qualquer tipo de privilégio para a BWA, conforme alega o Corinhtians. Segundo Mauro Sernardes Castro, coordenador do Pacaembu, os clubes escolhem as empresas com as quais querem trabalhar. Ele afirma que o Corinthians pode usar as bilheterias da Charles Miller, sim. "Não existe qualquer tipo de proibição", garante.
Muito estranho...
(Com colaboração de Karina Trevizan)