Apesar de, tecnicamente, as chuvas da semana não terem fugido do normal, não se pode dizer que elas não abalaram a rotina da cidade. Na caótica 2ª-feira, O CGE registrou 49 pontos de alagamento pela cidade, e decretou estado de atenção. Às 10 horas da manhã, foi registrado o segundo maior congestionamento do ano em São Paulo - 245 km de lentidão. O índice só perdeu para a manhã do dia 23 de maio, uma quarta-feira de greve dos metroviários, quando foram registrados 249 km de trânsito lento.
Mas, até nesses momentos críticos, há quem saia lucrando. A loja de guarda-chuvas mais tradicional de São Paulo, a Oliveira, no centro da cidade, aumentou suas vendas em mais de 1.000%. "Esta semana, a situação da loja mudou da água para o vinho", comemora Jorge Oliveira Neto, dono da loja sexagenária. "Passamos de 10 para 120 guarda-chuvas vendidos em um dia".
No setor de Achados e Perdidos do Metrô de São Paulo, o número de guarda-chuvas encontrados também aumentou. A assessoria de imprensa do órgão ainda não tem dados concretos contabilizados, mas garante que, em dias de chuva e nos meses mais quentes, a presença desses acessórios nas prateleiras do depósito aumenta consideravelmente. E os paulistanos parecem não se preocupar em comprar guarda-chuvas novos na próxima ocasião: apenas 17% dos que perdem o acessório voltam ao metrô para recuperá-lo.
Os usuários de ônibus talvez sejam mais cuidadosos: o Sindicato das Empresas de Transportes Coletivos de São Paulo informou que nenhum guarda-chuva foi encontrado dentro dos ônibus paulistanos nos últimos dois dias (apesar de eles terem recebido ligações de usuários atrás de seus guarda-chuvas perdidos). O item, tanto no Achados e Perdidos do metrô quanto no das garagens de ônibus urbanos, está longe de figurar entre os objetos mais esquecidos. O item representa apenas 2% desse total. Antes dele, vêm celulares, livros, artigos de papelaria, bilhetes, peças de roupa, carteiras e documentos.
(com colaboração de Júlia Bezerra e foto de Werther Santana/Estadão)