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O caçador de loiras geladas

A cerveja é uma das bebidas mais populares do mundo. Hoje há uma profusão de bares e restaurantes com extensas cartas de cervejas. Existe até uma competição para ver quem oferece a maior variedade de rótulos. Por isso, as cervejas artesanais passaram a ser muito cobiçadas. Produzidas por pequenas empresas em quantidades igualmente pequenas, essas cervejarias estão na mira de Gilberto Tarantino, diretor da Importadora Tarantino. Ele, que se define como um beer hunter, um caçador de loiras geladas, visitou, nos últimos três anos, 15 cidades do exterior à procura de novas marcas. O empreendedor conta ao Blog do Curiocidade mais detalhes sobre sua profissão:

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Por Redação
Atualização:
 Foto: Estadão

Como é o trabalho de um beer hunter? Um beer hunter é uma pessoa que, como eu, sai à caça de novos rótulos de cerveja pelo mundo. Pelo menos três vezes por ano, faço viagens ao exterior. Viajo procurando o que existe de melhor em outros países e importo para o Brasil. Procuro sempre trazer bebidas diferentes para cá. Não só no sabor, mas também na apresentação visual.

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Já existem muitas pessoas fazendo esse trabalho? Atualmente, no mercado brasileiro, existem 20, 30 importadoras que procuram novas marcas de cerveja. Talvez essas pessoas não tenham condições de viajar a cada três meses, como eu faço. Mas o trabalho de pesquisa também é feito por outras empresas no Brasil, principalmente pela internet.

Como você descobre essas marcas de cerveja estrangeiras?A internet me ajuda bastante. Sempre procuro por menções a novas marcas. Meu colega Marcelo Carneiro, o homem que está à frente da Cervejaria Colorado, sempre participa de campeonatos internacionais de fabricantes de cervejas. Quando volta, ele me dá várias dicas de fabricantes que tiveram bom desempenho.

Não dá para resolver tudo pela internet? Antes de ir, converso por e-mail com os fabricantes. Preciso saber se eles têm condições de exportar e se têm interesse em fazer isso. Muitas cervejarias são pequenas e não dão conta nem da produção para o mercado interno, o que dificultaria a venda para outros países. Chegando aos países, procuro visitar vários fabricantes. Na Itália, visitei cinco pequenas cervejarias. Tenho que provar a bebida e checar se há mesmo a possibilidade de exportação.

Você tem ideia de quantas marcas já provou em todas essas viagens? É muita coisa. Em nossa importadora, trabalhamos com 15 cervejarias, cada uma com cerca de dez rótulos. Mas tem muita coisa que provamos e nem trouxemos para o Brasil. Eu diria que, por ano, devo experimentar pelo menos 200 tipos diferentes de cerveja.

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Onde você encontrou as cervejas mais atraentes? As cervejas americanas são diferentes das europeias, já que têm muito lúpulo, o que dá um sabor interessante. Só que é difícil trazê-las para o Brasil, já que quase toda a produção vai para o mercado interno. Em outras viagens, notei que as cervejarias italianas ficam em cidadelas com menos de mil habitantes. Parecem até cidades-fantasma. Mas a fama da bebida que produzem é tanta que, à noite, os bares lotam com "turistas de cerveja". Algumas cervejarias até criaram pousadas para esses visitantes.

Se essas cervejas desconhecidas são tão boas, por que ninguém as tinha descoberto antes? As cervejarias artesanais são muito pequenas e não têm divulgação. Além disso, o mercado brasileiro neste nicho tem crescido muito nos últimos anos, possibilitando maior investimento na área. Não queremos importar cervejas de produção em massa para concorrer com as principais fabricantes brasileiras, mas trazer opções premium aos consumidores.

Serviço: Importadora Tarantino 3092-2337

(Com colaboração de Míriam Castro e foto de divulgação)

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