Rodrigo Hilbert pede desculpas por ovelha

PUBLICIDADE

Por Cristina Padiglione
Atualização:

Alvo de abaixo-assinado endossado por associações protetoras dos animais e de telespectadores chocados com o abate de um filhote de ovelha no seu programa, Tempero Caseiro, pelo GNT, Rodrigo Hilbert se manifestou por meio de sua página no Facebook. O caso foi ao ar na última quinta-feira, quando o menu do dia era churrasco de ovelha. A ideia, conta Hilbert, é mostrar como chega à mesa a comida de muitas famílias que plantam e cultivam o que comem.

PUBLICIDADE

O GNT retirou o episódio do GNT Play, plataforma de vídeo sob demanda do canal, sob a justificativa de reeditar o programa, agora sem as cenas do abate e de todo o corte do animal, de onde Hilbert e o pecuarista que o recebeu, em Santa Catarina, retiram vísceras e órgãos, diante das câmeras. Segundo o pecuarista, a boa carne de ovelha vem dos animais mais novos - no caso daquele abatido para a ocasião, tratava-se de um bicho que ainda estava mamando. As informações e as imagens chocaram muita gente, que talvez bem se delicie diante do prato, mas não quer saber como aquela carne chegou ali.

O episódio, promete o canal, será novamente oferecido pelo GNT Play, após a reedição.

Eis o texto de Hilbert:

 

Publicidade

Oi, gente! Em primeiro lugar, respeito as opiniões de todos vocês. Venho de uma família grande, igual a muitas outras nesse Brasil, que tem como tradição plantar e criar o próprio alimento que consome. Foi com esse espírito que a nova temporada do "Tempero de família" se ergueu, com o objetivo de documentar a vida desses pequenos produtores, que cultivam e criam para o autoconsumo. Não tínhamos a intenção de incitar qualquer violência contra animais, mas apenas de registrar o dia-a-dia desses trabalhadores que lutam para criar e alimentar suas famílias. No entanto, por também respeitar aqueles que se manifestaram contra as cenas exibidas no programa, retiraremos as imagens em questão do episódio. Vou levar isso tudo como um aprendizado. Ao mostrar o abate do animal em uma pequena fazenda, eu acreditava estar chamando a atenção para se conhecer a procedência dos alimentos, para se entender como é a cadeia produtiva do que consumimos. No entanto, qual não foi a minha surpresa ao perceber que, ao invés de passar uma mensagem de conscientização sobre o que comemos, vi surgir o ódio de muitos por mim. Entendo todos aqueles que defendem o amor aos animais. Mas acredito também que possamos fazer isso sem estimular xingamentos ou acusações, e, sim, promovendo a conversa entre todos nós. Se queremos um mundo melhor, vamos começar incentivando o diálogo pacífico e respeitoso. Reforço as minhas desculpas verdadeiras a quem tenha se sentido ofendido. Um beijo, Rodrigo

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.