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Quer ficar bonito na foto? Apareça n'O Astro

Os astros de ontem e hoje: impacto

Por Cristina Padiglione
Atualização:

O Twitter fez sua parte nos ecos ao novo Astro, mas ocupou-se quase que tão somente dos glúteos de Thiago Fragoso, seguidos pela perfeição - estética e artística - de Regina Duarte e, alguém ainda lembrou, de outro (quase) nu, com o próprio Astro, Rodrigo Lombardi.

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Faz parte do show, esse clamor pela alegoria da coisa, mas, justiça seja feita, convém gritar como o acabamento é primoroso. Luz, estética humana (e dá-lhe filtro de pós-produção para aplacar ruguinhas e enaltecer contrastes), edição, direção de interpretação, tudo está no lugar.

Ao fugir da insaciável patuleia que o persegue munida de paus e pedras, pronta para agarrar o vigarista que se valeu das obras da igreja para assaltar o bolso dos cidadãos locais, Rodrigo Lombardi é quase quase aquela galinha que, caçada como ele, mas comandada por Fernando Meirelles, abre e fecha o filme Cidade de Deus. Obra de direção e edição, aqui sob as rédeas do Mauro Mendonça Filho.

E foi sem pirotecnia, em fogo brando, que o diretor colocou os dois astros, de ontem e de hoje, frente a frente. Promoveu o impacto demandado pela ocasião. Sem apelo. Bastou a repentina aparição de Francisco Cuoco e uma frase certeira, naquele timbre de quem tudo pode adivinhar, para escancarar um sorriso em quem, como eu, tem naquele turbante de 1977 uma forte lembrança da infância.

Nádegas à parte, Thiago Fragoso nunca foi tão eficiente na arte de comover a plateia, e veja que lhe sobra a ingrata missão de ocupar um papel que foi de Tony Ramos.

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E como todo mundo parece tão bonito em cena, reparou? Lembrei do Luciano Callegari, ex-manda-chuva no SBT, que dizia sempre: "Na Globo, até fulana de tal (melhor omitir nomes) fica sedutora".

Regina Duarte, desde que sofreu de medo, nunca esteve tão bela. Carolina Ferraz? Deslumbrante. E a maquiagem? E o figurino? De quê falar mal? Até o Henri Castelli está a nos convencer, e aí entra a certeza de que há um trabalho de direção de atores no novo Astro, expediente que o ritmo industrial imposto às novelas geralmente atropela.

A gente poderia se queixar que a vida real parece fake diante de tamanha perfeição, mas não. O Astro da vez não padece dessa estilização, ainda bem. O esmero técnico não nos leva à trilha de tijolos amarelos do Mágico de Oz, como acontece em outras produções onde o mundo se assemelha a um grande photoshop.

Maurício Stycer, lá no UOL, já se antecipou na publicação da frase que me fez levantar do sofá para tomar nota, e é exatamente o que norteia a genialidade de Janete Clair: "Todos os seres humanos querem ser enganados, especialmente as mulheres". Entretenimento na veia.

A audiência respondeu bem, com 28 pontos de média, um feito para a faixa das 23h, mas é de bom tom citar que a Globo foi de Tapas e Beijos para a estreia e depois para Profissão Repórter sem um único intervalo. A ver o que virá. Eu já vou me espalhando no sofá.

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