PUBLICIDADE

Infantil não dá receita, diz diretor da Globo

Por Cristina Padiglione
Atualização:

Assim que o novo programa de Fátima Bernardes estrear, não restará um só minuto nas manhãs da Globo para contar histórias à criançada.

PUBLICIDADE

A programação infantil ficará confinada nos sábados, horário em que hoje a Globo exibe O Sítio do Picapau Amarelo em versão animada, ainda assim, feita com recursos de lei de incentivo, em coprodução com a Mixer.

No máximo, a programação matutina diária dará às crianças a chance de ali encontrar uma figura aparentemente infantil, o Louro José, boneco que serve de escada para  Ana Maria Braga relatar cada vez mais tragédias durante seu menu. O cardápio original, afinal, feito de culinária e conversas amenas, tem cedido espaço para crimes de toda a espécie.

O fato é que programação infantil não dá dinheiro nem audiência. Isso foi dito com todas as letras pelo diretor-geral da TV Globo, Octávio Florisbal, ontem, durante o lançamento dos planos da emissora para 2012.

Segundo ele, a tendência, entre os canais abertos pelo resto do mundo, é enxugar o infantil e deixar esse filão para os canais pagos, que aqui têm cada vez mais público.

Publicidade

Não à toa, a Globo terá um canal infantil, o Gloob, devidamente pago, a ser lançado em junho, sob o selo da Globo Sat.

Florisbal mencionou ainda, como entrave para investir em infantis, as restrições que a legislação atual impõe para publicidade em horário de programas infantis, e olhe que isso, já que o caso é seguir tendências adotadas em outros países, é bem menos do que se faz em nações onde a televisão é mais responsável, como França e Reino Unido.

E completou que o SBT já vem usufruindo bem da condição de ser a única rede hoje a ter infantil durante toda a manhã.

Deve ser por isso que as crianças adoram o Silvio Santos e o Chaves.

Sabem o que é Cocoricó, Ben 10, Pernalonga, Picapau, sabem até quem é Didi Mocó, que ocupa uma horinha do domingo, mas tudo sem qualquer dimensão da hegemonia da Globo.

Publicidade

A Globo aposta que pode seduzir novas gerações sem um só picapau.

A ver.

 

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.