Na última Copa, o então técnico Parreira se sentiu ofendido porque aquela leitura labial feita pelo "Fantástico" indicou que ele falou lá alguns palavrões à beira do campo. A Globo então lhe pediu desculpas em rede nacional, pelo "Jornal Nacional", com Fátima Bernardes explicando que o público entendeu que aquilo era só uma brincadeira. Foi uma comoção. Não se tem notícia de outro sujeito que, sentindo-se injustiçado pela Globo, tenha recebido dela, sem intervenção da Justiça, espaço tão nobre (e longo) para a reivindicada retratação. Parreira, afinal, não se opunha à presença da Globo no espaço exclusivamente assegurado à sua seleção. E só à presença da Globo. Profissionais de outras emissoras (e Dunga, aliás, comentarista da Bandsports na época, era um deles) não tinham permissão para "entrar em campo" destinado ao staff da CBF. Era um tal de jogador entrar ao vivo no "JN", independentemente de fuso horário ou compromissos com a CBF, que virou até lugar comum. Agora, esse é o tipo de cena que não se vê na África do Sul. O acesso aos treinos tem provocado a ira de jornalistas em geral, mas a Globo, acostumada que estava a pisar no mesmo terreno dos canarinhos, tem se queixado mais que os outros. E o técnico, jogo duro no zelo à privacidade de seus atletas, tem reagido à altura.
Para a torcida, tanto faz. O que importa é fazer gol. O folclore em torno da fúria do técnico certamente só aguça o orgulho do público, desde que, de novo, o placar lhe seja favorável.