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Twisted Sister, de volta, mas sem maquiagem

Por Estadão
Atualização:

Pedro Antunes

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Se hoje bandas como Green Day e 30 Seconds to Mars passam lápis preto nos olhos sem medo de serem felizes, a culpa, em grande parte, é do Twisted Sister. Foram eles que, nos anos 80, tiveram coragem de passar base branca no rosto, pintar ao redor dos olhos e criar um novo estilo de se vestir, todo emplumado.

No contexto da época, era contestador, extravagante. Mas o tempo passou. E, agora, Dee Snider (vocal), Eddie Ojeda (guitarra solo), Jay Jay French (guitarra base), Mark Mendoza (baixo) e A. J. Pero (bateria) são cinquentões. Não há mais nenhuma vontade de transgredir. A maquiagem que deu notoriedade à banda ficou para trás. De cara limpa e sem espalhafatos, o Twisted Sister se apresentará no Via Funchal, neste sábado (27).

"Percebemos que nossos fãs não se importaram com o fato de não usarmos mais maquiagem. Foi algo que perdeu o sentido", disse Ojeda ao JT, da sua casa, em Nova York, por telefone.

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Para os integrantes do grupo, se apresentar sem aquela caracterização toda é uma bela economia de tempo. Mais ainda para o vocalista Snider, que ficava até uma hora e meia diante do espelho, se produzindo para o show. "Todos estamos um pouco velhos (risos)".

Ao menos as vastas cabeleiras dos integrantes da banda continuam, mesmo que de forma contida. Ao lado de grupos como Iron Maiden e Mötley Crüe, o Twisted Sister foi responsável por inventar uma nova tendência na moda musical: o hair rock. A figura de Snider e sua vasta cabeleira loira marcou uma época.

Para a geração da MTV dos anos 80 e 90, foram os clipes da banda que a tornaram famosa por aqui. "We're Not Gonna Take It" marcou uma época. A música era acompanhada por um roteiro, sempre divertido e nonsense, que ajudava a disfarçar o refrão repetitivo: um garoto é proibido de tocar guitarra pelo pai, interpretado por um enfurecido Mark Metcalf, que, 4 anos antes, em 1980, havia participado do filme "Clube dos Cafajestes".

 

O garoto, então, se rebela, toca um acorde mandando o pai pela janela, começa a rodopiar e, finalmente, se transforma em Dee Snider todo caracterizado, cantando "We're not gonna take it anymore" ("Nós não vamos mais aceitar isso", em português), por incontáveis vezes. "Éramos cinco caras nos divertindo por fazer videoclipes", conta Ojeda, que, no clipe, é um dos irmãos transformados do menino rebelde.

Volta rápida

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Não é preciso forçar a memória para lembrar que o Twisted Sister esteve no Brasil no ano passado. Eles tocaram no mesmo Via Funchal, no fim de outubro de 2009. "Hoje, nós tocamos onde nos querem. E nos chamaram de volta ao Brasil", diz o guitarrista. A banda, que voltou à ativa em 1999, 11 anos depois de ter dado um tempo, faz agora uma média de 40 shows por ano, no máximo.

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Na turnê pela América Latina, eles também tocarão em Curitiba (amanhã) e depois na Argentina (28), Chile (1/12) e Bolívia (2/12). Apesar de o grupo ter abandonado o visual espalhafatoso, Ojeda garante que mantém a sua guitarra colorida, com círculos pintados de preto e rosa, como um alvo. "É minha marca registrada. Todos os grandes guitarristas têm a sua". O apelido do músico - "fingers" (dedos) - mostra que ele, de fato, está no hall dos guitar heros. Com ou sem maquiagem. 

DIVIRTA-SE

Show. Twisted Sister. Sábado (27), às 22h R. Funchal, 65, Itaim Bibi.  Preços: R$ 140 a R$ 250 (os ingressos para a pista premium estão esgotados).

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