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Mais duas pérolas do Deep Purple chegam ao mercado

Marcelo Moreira

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Por Redação
Atualização:

Costuma ser motivo de piada toda vez que o Deep Purple anuncia qualquer lançamento de material antigo, seja ao vivo, compilação ou coletânea de raridades, com material inédito. Relamente a quantidade de coisas que existe no mercado em CD e em DVD, oficiais, com o selo da empresa que administra o grupo, é impressionante, especialmente em relação às gravações ao vivo.

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O vocalista Ian Gillan não costuma se incomodar com isso. Já tem uma repsosta pronta quando alguém pergunta sobre o despejo sistemático de material nas lojas. "Fazer o quê? É sinal que temos muito material, e de qualidade. Quem é que tem algo parecido? Beatles? Rolling Stones? Talvez Bob Dylan? Acho que estamos então em boa companhia", disse o cantor na recente passagem pelo Brasil, neste mês de outubro

Pois a banda acaba de colocar no mercado dois grandes lançamentos. O primeiro é "Deep Purple and Orchestra - Live in Montreux 2011", em CD duplo e DVD, com o registro deste ano no famoso festival suíço - que ainda preserva o jazz no nome, mas aceita de tudo faz muito tempo.

Será o quarto álbum ao vivo gravado em Montreux pelo Deep Purple. Segundo o próprio Gillan declarou ao jornal o Estado de S. Paulo, este concerto de 2011 difere daquele de 2000, quando a banda reeditou o clássico álbum "Concert for Group and Orchestra". "Rodamos pela América do Norte e alguns países da Europa com uma orquestra mais enxuta, com outro conceito de arranjos e outra dinâmica. Acho que o resultado foi bem interessante."

 

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 Foto: Estadão

Para Gillan, o ponto alto da turnê foi justamente a apresentação em Montreux, onde Deep Purple e a orquestra mostraram-se mais entrosados e afiados, "em um palco que é praticamente nosso, é a nossa casa".

O resultado é soberbo. Os arranjos elaborados de forma primorosa e a atuação irrepreensível da banda mostram que o Deep Purple ainda está longe de pendurar as chuteiras. Se Ian Gillan não tem mais a grande voz que o tornou um ídolo do rock - e infelizmente isso fica claro que clássicos como "Strange Kind of Woman" e "Perfect Strangers" ­-, se tornou um bom crooner e mestre de cerimônias, sem que isso soe pejorativo. Afinal, o mestre tem 66 anos e usou sua voz das melhor forma que podia em 47 anos de carreira.

O pacote ainda traz no DVD entrevistas com integrantes e os organizadores do festival, bastidores de shows e um pequeno documentário sobre as participações do Deep Purple em Montreux.

O segundo lançamento é "BBC Sessions - 1968-1970", trazendo gravações de shows e de apresentações nos estúdios da famosa emissora de rádio e TV da Inglaterra. As gravações são interessantes porque mostram finalmente a primeira formação do grupo ao vivo. Fundado em 1967 por Ritchie Blackmore (guitarra), Jon Lord (teclados) e Ian Paice (bateria), o Deep Purple ficou completo no final daquele ano com Rod Evans (vocal) e Nick Simper (baixo).

Esta formação registrou três bons álbuns entre 1968 e 1969 ­- que tomam todo o CD 1 ­-mas as gravações ao vivo que sobraram desta época eram muito ruins, apesar de terem virado alguns disputados discos piratas na década de 1970. Outras acabaram sendo editadas em edições limitadas pela própria banda, em produtos direcionados a fanáticos e colecionadores. As gravações da BBC finalmente trazem ao mercado registros ao vivo de boa qualidade daquela época.

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Simper e Evans foram demitidos no segundo semestre de 1969 e deram lugar a Ian Gillan (vocal) e Roger Glover (baixo), em um momento no qual o Deep Purple abraça o som pesado e abandona as influências psicodélicas e progressivas dos três primeiros álbuns, que tinham o nítido comando de Lord. Essa fase domina o segundo CD, já trazendo o embrião dos sucessos que estariam nos aclamados álbuns "Fireball" e "In Rock".

O pacote de Montreux pode sair ainda neste ano no Brasil, pois j´pa existem negociações de um importante selo paulistano para o licenciamento. O segundo, infelizmente, não tem previsão de chegar às lojas brasileiras em versão nacional.

São duas obras essenciais para quem gosta de classic rock da mais alta qualidade - e de música muito, mas muito bem feita.

 

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