Linkin Park: orgânico, mas sem perder a energia

Jotabê Medeiros

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Por Redação
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Linkin Park é uma coisa muito difícil de explicar a quem não é do ramo. Parece com algo que todo mundo conhece, aquela mistura de punk rock com hip-hop, de heavy metal com rock clássico. Mas não é todo mundo dessa área que consegue juntar 80 mil pessoas num estádio para vê-lo sem grande esforço - foi assim seu primeiro show no Morumbi, em 2004.

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Em 2010, no SWU, dominaram cerca de 60 mil pessoas com um show "cabeça", uma espécie de Carmina Burana hardcore. Na noite deste domingo, estão de volta para tocar para um público mais "modesto", por assim dizer, estimado em 35 mil pessoas na Arena Anhembi, e certamente estará lotado.

"Temos sorte de possuir um catálogo de canções que as pessoas adoram, ao menos umas 16 canções que as pessoas conhecem e cantam junto, e então nós colocamos algumas outras que são mais novas, ainda desconhecidas. Ao todo, tocamos umas 22, 23 canções por noite", explica o cantor Chester Bennington, líder do Linkin Park, falando ao Estado por telefone.

As canções mais recentes do lote deverão ser do disco mais recente, Living Things. Há alguns raps ardidos no álbum, como Lies Greed Misery e Until It Breaks. "Não gosto de todo hip-hop. É como todo gênero, há coisas boas e coisas medíocres. A diferença é que nós vemos o hip-hop como as pessoas viam o punk, algo que fala de forma crua e direta da realidade. Sempre será algo que teremos em nossos álbuns, mas Living Things tem mais: há músicas mais experimentais e eletrônicas, tem hip-hop e até um folk."

Chester e Mike Shinoda são os vocalistas, e alternam dois registros vocais diferentes para manter a dramaticidade da música do grupo. Chester é o cara que grita, e sua voz sempre pareceu a de um adolescente caindo de um avião sem paraquedas. Mas andam dizendo que ele está mudando a voz. Não perde a esportiva.

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 Foto: Estadão

"As pessoas que estão dizendo que minha voz mudou precisam de um dia ruim", diverte-se. Mas não se furta a explicar. "Acho que hoje minha voz alcança um espectro maior. Muita gente se impressiona com o jeito como eu canto no disco, por exemplo, mas é bom dizer que, quando entro no estúdio para gravar, levo 20, 35 minutos para colocar a voz, é muito diferente de um show. Eu grito muito num show de estádio, por isso às vezes eu canto de forma mais soft, para me preservar para as canções mais gritadas. Claro que tudo afeta o jeito como eu canto, nenhuma noite é igual à outra. Minha voz não é como uma guitarra, é parte do meu corpo. Por isso treino bastante, me preparo", diz.

Chester não quer criar polêmicas (já chegou a dizer que foi alcoólatra e sofreu abuso na infância), mas não foge de uma provocação. Diz que concorda "em parte" com a afirmação de que seu novo álbum é uma retomada do som que os consagrou, após umas viajadas na maionese em discos menos bem-sucedidos.

"A opinião dos outros sempre nos interessa. Mas é a opinião de uma pessoa. Costumamos fazer uma média para tirarmos nossas conclusões. Nosso primeiro disco vendeu 2 milhões de cópias pelo mundo, não era a coisa mais fácil naquele momento. Depois, tivemos quatro discos no topo das paradas. Em todos eles, tudo que nos importava era fazer música que fosse relevante para a gente. Por isso que não me importo tanto com as resenhas."

O Linkin Park, ganhador do Grammy, além de Chester Bennington e Mike Shinoda nos vocais (e nos teclados e guitarra), tem Rob Bourdon na bateria e percussão, Brad Delson na guitarra, Dave Phoenix Farrell no baixo, Joe Hahn como programador e DJ.

A banda já vendeu mais de 50 milhões de álbuns na carreira e sua assessoria diz que é a maior banda no Facebook, com mais de 43 milhões de fãs.

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Também é engajadíssima: em 2005, fundou a Music For Relief, uma organização sem fins lucrativos que já levantou mais de US$ 5 milhões para vítimas de desastres naturais. "Estamos mais velhos, buscando novos caminhos de fazer canções e desafiar a nós mesmos. Agora é um som mais orgânico, mas é sempre Linkin Park", diz Bennington.

LINKIN PARK Arena Anhembi. Av. Prof. Olavo Fontoura, 1.209, Santana. Amanhã, 20h30. R$ 140/R$ 600.

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