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Galeria do Rock mergulha no mundo virtual

Projeto interessante divulgado com exclusividade pelo jornal Diário do Comércio, em São Paulo. Se vingar esse tour virtual pela Galeria do Rock, será um dos maiores feitos da atual administração do espaço.

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Por Redação
Atualização:

Ivan Ventura - Diário do Comércio

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 Um velho e conhecido ponto de encontro das várias tribos urbanas da cidade completará meio século de vida em março de 2013. O cinquentão (que mais parece um adolescente) é o Shopping Center Grandes Galerias, mais conhecido pelo seu apelido - Galeria do Rock -, na avenida São João. Para celebrar a data, o espaço já passa por mudanças e reformas internas. Mas é no universo virtual que pode estar o maior dos seus presentes: o Google promete um passeio virtual pelo shopping, com imagens de suas lojas em 360 graus.

A proposta para uma reprodução virtual da Galeria do Rock surgiu em junho, por intermédio dos filhos dos donos das lojas, que respondem pelo marketing e divulgação da marca nas redes sociais. "A ideia surgiu há um ano e meio como alternativa à antiga forma de divulgação, muitas delas por meio de flyers (panfletos) e fanzines", lembra o síndico e dono de lojas na galeria, Antônio Souza Neto, o Toninho da Galeria.

Em pouco tempo, o espaço se transformou em um fenômeno nas redes sociais, com mais de cinco milhões de pessoas em suas páginas na internet. No Facebook são 130 mil deles, além de outras 240 mil pessoas no serviço  Google Mais.

Os números, de tão expressivos, chamaram a atenção da gigante norte-americana que comanda a mais popular ferramenta de busca na internet. Segundo Toninho, o Google procurou a administração do espaço e ofereceu um passeio  virtual pela galeria, com imagens em 360 graus.

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O Google confirmou o processo de captura das imagens. Elas serão usadas como um serviço agregado ao Google Street View (que permite passeios pelas ruas das principais cidades do mundo, inclusive São Paulo), chamado Special Collect. A coleção também terá imagens internas da Vila Belmiro e do Morumbi entre outros estádios. 

 Foto: Estadão

Mundo real - Enquanto a Galeria do Rock mergulha no universo virtual, todo seu espaço interno real passa por ampla restauração. Ainda existem rachaduras e manchas no teto, mas a situação é bem diferente do degradante aspecto observado nas décadas de 1980 e 1990. Naquele tempo, na galeria, era frequente o consumo de drogas. Também foram registradas  mortes em brigas entre grupos de punks e skinheads.

 "Pouca gente tinha interesse por qualquer uma das lojas. Eram comuns os confrontos entre usuários de drogas e até brigas que acabavam dentro das lojas", lembra a lojista Carolina Teixeira, 27 anos, filha de uma das mais antigas proprietárias de lojas da Galeria.

A situação começou a mudar com a fundação do Instituto Cultural Galeria do Rock, constituído há 20 anos. Toninho da Galeria é um dos responsáveis pela recuperação e modernização do edifício projetado pelo arquiteto, Alfredo Matias, que também assina os projetos de outros importantes edifícios da cidade, caso da Câmara Municipal de São Paulo (o Palácio Anchieta) e do Shopping Iguatemi - o primeiro do Brasil.

O primeiro passo da revitalização foi adequar o edifício às leis e normas da Prefeitura. Depois, Toninho e o conselho decidiram cuidar da aparência da galeria.

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Entrada da Galeria do Rock pela avenida São João (FOTO: PAULO LIEBERT/AE) Foto: Estadão

Há três anos, foi concluída a limpeza da poluição que degradava a fachada da galeria, fazendo ressurgir detalhes do mármore de Carrara. Mais do que isso, a limpeza ressaltou as formas arredondadas do shopping, inspiradas no desenho do edifício Copan, de Niemeyer.

Nos corredores, o piso decorado com desenhos do artista italiano Bramante Buffoni foi recuperado. Também foram montadas telas de LCD que exibem a localização e  publicidade das lojas, a exemplo de outros shoppings.

Escadas rolantes - A Galeria do Rock está prestes a receber duas novas escadas rolantes. Para aqueles que frequentaram o espaço no passado, esse será o  ponto final em um antigo problema no equipamento, constantemente avariado.

Há alguns anos, os próprios lojistas procuraram dar um jeitinho nesse problema, de modo mais economico. Além de buscar peças mais baratas, algumas delas foram

feitas pelos próprios comerciantes. Um exemplo foi o pente de metal por onde passam os degraus, nas extremidades da escada.

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As lojas também mudaram para se adequar à nova imagem da galeria. Das primeiras casas que vendiam  máquinas fotográficas, em 1963, apenas uma resistiu. Atualmente, a imensa maioria das 450 lojas é de roupas e acessórios relacionados a bandas de rock e hip hop.

Os novos estabelecimentos comerciais (e mesmo os mais antigos) reformaram suas fachadas, reduziram a propaganda em suas vitrines e modernizaram seus espaços internos.

 

Futuro - Toninho da Galeria ainda tem outros projetos de modernização,  mas eles dependem de ajuda financeira. Um deles é a construção de um memorial do rock e um espaço para shows no último andar do edifício.

"Trabalho na Galeria do Rock  desde 1986 e há 15 dias inaugurei uma loja de CDs e DVDs. Se fosse em outro lugar, não teria uma loja como essas. Mas aqui é a Galeria do Rock, o espaço perfeito para a música, em especial o rock", disse o proprietário da Volumen Brutal, Marco Antonio dos Santos, o Joe.

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