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Um Wilco por dia: 'Passenger Side'

A banda toca no dia 8 de outubro no Festival Popload, mas até lá dá para ouvir muita música deles

Por Alexandre Ferraz Bazzan
Atualização:

Hoje este blog começa oficialmente a contagem regressiva para o show do Wilco. São 30 longos dias de espera que eu tentarei suavizar com uma música dos caras e algum comentário pertinente sobre ela(ou não). Aqui, nós poderemos criar nosso setlist dos sonhos, porque é certo que Jeff Tweedy não vai nos atender por completo. Então vai o dia 1, ou 30 se você preferir a contagem regressiva.

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A antiga banda do Jeff Tweedy, o Uncle Tupelo, tinha acabado e ele fez um disco para mostrar como seria a carreira dele dali em diante. Salvas as devidas proporções, ele e Jay Farrar formavam uma dupla a la Lennon/McCartney caipiro-rock estadunidense e logo houve uma disputa entre Wilco e Son Volt (banda de Farrar). Alguns críticos cravavam Trace do Son Volt como a melhor metade do que sobrou do Uncle Tupelo. Em algumas letras do excelente A.M. Tweedy dá uma cutucada no ex-amigo(há quem diga que não existem ex-amigos, eu discordo), e Passenger Side pode ser uma dessas cutucadas.

Capa do disco A.M. Foto: Estadão

A princípio uma música sobre alguém que perdeu a carteira de motorista e precisa de um amigo ou amante para servir de chofer, a música traz muito mais que isso. É possível que Tweedy se sentia pouco valorizado no Uncle Tupelo? No banco do passageiro e sem dar direcionamento ao som? Talvez. Mas o que é inegável é que o Wilco virou um projeto dele. Por mais que a banda tenha o "Loft", ambiente descontraídão de criação em Chicago e que todos colaborem, é bem claro quem dá as cartas. No documentário I Am Trying To Break Your Heart, Tweedy não hesita em cortar as asinhas de Jay Bennett, guitarrista que morreu recentemente, quando ele resolve contribuir demais.

Se a disputa entre Farrar e Tweedy parecia algo quente no começo dos anos 1990, hoje é uma grande bobagem. Enquanto o Wilco se consolidou como uma das bandas mais legais do mundo, Jay Farrar r o Son Volt optaram por uma carreira bem longe do mainstream. Não que isso seja ruim, mas parece fora de propósito comparar os dois atualmente.

O que sobra são as músicas e nossa vontade de sair do banco do passageiro. Amanhã tem mais.

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