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Literatura e mercado editorial

Bolsas de tradução: algumas ainda não foram pagas, outras foram descartadas, mas haverá novo edital

E mais na Babel: as últimas demissões do mercado editorial, a tentativa de apoio à Jornada de Passo Fundo, o novo prêmio do Itaú Cultural, Sextante, John Green, etc

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Atualização:

TRADUÇÃOBolsas ainda não foram pagas, mas outro edital está previsto

 Foto: Estadão

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O medo de que o Programa de Apoio à Tradução de Autores Brasileiros, da Fundação Biblioteca Nacional, estivesse por um triz pairava sobre o mercado editorial nas últimas semanas. Isso porque editoras estrangeiras que solicitaram o benefício receberam um e-mail dizendo que, embora seus projetos tivessem sido classificados, os pedidos não seriam atendidos por falta de recursos complementares. No total, 28 pedidos foram descartados e 30 serão atendidos - para esses, há recurso, diz a FBN à coluna, só não há previsão de liberação. A notícia boa é que um novo edital será publicado nas próximas semanas, informa a FBN. A previsão de recursos, para dois anos, é de R$ 300 mil, mas a ideia é pedir um complemento ao Fundo Nacional de Cultura. * O programa, reformulado e intensificado devido à homenagem da Feira de Frankfurt, em 2013, deu, desde 2011, 557 bolsas. O ano da feira foi o mais cheio, com 209 livros traduzidos, seguido por 2014, com 169, 2012, com 142 e 2011, com 37.No total, nesse período, foram investidos R$ 4,8 milhões com elas. * As bolsas já existiam antes da criação do programa. Desde 1991, atendidos cerca de 750 pedidos. * Entre os projetos classificados, mas que não foram apoiados estão Dom Casmurro, de Machado de Assis, para a Bulgária e para a Argentina; Perto do Coração Selvagem, de Clarice Lispector, para a Estônia;Bisa Bia, Bisa Bel, de Ana Maria Machado, para a Rússia; Gabriela, Cravo e Canela, de Jorge Amado, para a Polônia; Flores Azuis, de Carola Saavedra, para o Chile; Eles Eram Muito Cavalos e Flores Artificiais, de Luiz Ruffato, para a Macedônia e Itália, respectivamente; e Onze Minutos, de Paulo Coelho, para a Etiópia. * Já entre os que devem receber a bolsa, quando o dinheiro sair, estão Minha Guerra Alheia, de Marina Colasanti, para a Alemanha; Por Uma Outra Globalização, de Milton Santos, para a Itália; Fim, de Fernanda Torres, para a Holanda; Fluxo-Floema, de Hilda Hilst, para os Estados Unidos; Aquela Água Toda, de Luiz Anzanello Carrascoza, para a Suíça; e A Hora da Estrela, de Clarice Lispector, para a Ucrânia.

CONJUNTURA - 1O mercado hoje A última da semana foi o anúncio de que a lendária Livraria Da Vinci, do Rio, vai fechar. Ou ser vendida, se houver comprador. * A penúltima foi a reestruturação da Cosac Naify, que estaria cortando 30% da folha. Entre os demitidos, as editoras Isabel Lopes Coelho (infantojuvenil) e Heloisa Jahn (nacional). * Presidente da Fundação Editora Unesp por quase 20 anos, José Castilho Marques Neto foi exonerado na quinta. * No dia 3, sai a pesquisa Produção e Venda do Setor Editorial (2014). Há dois anos, o mercado não registra crescimento real. A ver se a crise se confirma.

CONJUNTURA - 2Um fio de esperança Segue a mobilização pela Jornada de Passo Fundo, cancelada por falta de apoio. A petição online contava, até o fechamento da coluna, com 1.889 nomes e o financiamento coletivo tinha R$ 6.285 garantidos. Ainda é pouco. * O Itaú Cultural anuncia dia 9 os detalhes de seu novo prêmio literário, que vai preencher a lacuna deixada pelo Portugal Telecom. * A 57.ª edição do Jabuti será lançada na 2.ª, com mudanças de categorias. No evento, Lucia Santaella fala sobre os e-books e o universo infantil.

BEST-SELLER - 1Rindo à toa Por falar em digital, a Sextante bateu os 500 mil e-books vendidos - eles representam 3% de seu faturamento. É bastante, mas parece pouco diante da informação de que, apenas em maio, ela vendeu, segundo o Publishnews, 616 mil cópias físicas. * A lista é liderada por Jardim Secreto e Floresta Encantada, livros de colorir que contabilizam 563 mil exemplares vendidos este mês. Mas outra obra se prepara para despontar: A Mágica da Arrumação, de Marie Kondo. A primeira tiragem desta autoajuda para bagunceiros foi de 30 mil. A segunda, de 20 mil.

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BEST-SELLER - 2Sem crise A Intrínseca, que, segundo informações oficiais, já vendeu 700 mil exemplares de Cidades de Papel, acaba de mandar imprimir mais 80 mil cópias da obra - agora, com o pôster do filme homônimo na capa. John Green virá para a estreia, em julho, o que deve levar seus leitores à loucura. * Ele é campeão de vendas por aqui, com A Culpa é das Estrelas encabeçando a lista (2,3 milhões de exemplares). É autor, ainda, de Teorema Katherine (500 mil) e Quem é Você Alasca (200 mil na edição da Instrínseca e 320 mil na da WMF Martins Fontes, que o publicou no País em 2010, quando ele ainda não era um fenômeno juvenil).

(Atualizado no sábado, às 11h30)

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