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Palco, plateia e coxia

São Paulo acolhe Mariana e a Palestina

Por João Wady Cury
Atualização:
A atriz Mariana Queiroz, como Leila. Foto: Estadão

 

São Paulo é terra de ninguém e de todos. Aceita e chuta com a mesma vontade. Mas o teatro é generoso: acolhe sem distinção. É o caso dos desterrados de Mariana e da Síria, temas de dois espetáculos que estreiam em breve. Hotel Mariana é um projeto iniciado após a ruptura da barragem da Samarco em Mariana, maior catástrofe ambiental da história brasileira, em novembro de 2015.

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O dramaturgo Munir Pedrosa rumou à cidade dois dias após o desastre e ouviu mais de 30 moradores no auge do desespero de quem perdeu família e casa. Usou recursos do teatro verbatim. Agora está virando peça, com direção de Herbert Bianchi e no elenco vem Clara Carvalho, Rita Batata, Rodrigo Caetano, Fabio Augusto Barreto, Anna Toledo e também Munir Pedrosa, que assina a dramaturgia e é idealizador do projeto.

"Nosso objetivo é dar conta da experiência de quem viveu o soterramento", diz o diretor Bianchi. "Os atores estão disponíveis, são uma espécie de mídia e se deixam atravessar pelas histórias".

Também sobre desterrados, Cantos de Refúgio, do Coletivo de Galochas, que há sete anos cria peças em ocupações na cidade, estreia em março na Ocupação Aqualtune, em Pinheiros. Conta a história por um viés das crianças refugiadas palestinas na Síria. A menina Leila (Mariana Queiroz, na foto) vem ao Brasil para escapar do conflito sírio e buscar o irmão gêmeo, Jamal. Recebe ajuda de monstros e figuras alegóricas da cultura palestina, ao som de música árabe e dança tradicional da resistência, o dabke. A direção é de Rafael Presto. Os nove integrantes do Galocha têm participado da rotina dos refugiados nas ocupações: aprendem árabe e história palestina.

 Foto: Estadão
 Foto: Estadão

 

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